O ano de 2017 foi marcado por uma melhoria dos resultados nos indicadores de pobreza e de exclusão social, com uma diminuição da taxa de risco de pobreza ou exclusão social, da taxa de risco de pobreza monetária, da intensidade laboral muito reduzida e da privação material severa. A diminuição do risco de pobreza monetária decorre de um aumento dos rendimentos medianos da população, que conduziu também a um aumento do valor do limiar de risco de pobreza. Isto significa que a proporção e o número de pessoas em risco de pobreza diminuiu apesar do aumento do valor do limiar de risco de pobreza monetária, o que sugere uma melhoria efetiva no rendimento disponível das famílias. No entanto, esta melhoria não afeta a população portuguesa de forma homogénea. Se para a maior parte dos grupos em análise neste inquérito se verifica uma melhoria efetiva no resultado dos indicadores de pobreza e exclusão, alguns grupos sociais viram a sua situação de vulnerabilidade agravar-se. Destaca-se em particular a situação das famílias monoparentais, que se fragilizou em todas dimensões analisadas – na privação material severa, na intensidade laboral muito reduzida, no risco de pobreza -, concluindo-se que mais de 43% da população neste tipo de agregado familiar se encontra em risco de pobreza ou exclusão social.
Este relatório dá conta da evolução dos principais indicadores do ICOR 2017, atendendo à heterogeneidade de tendências que afetam os diferentes grupos sociais e realçando quais desses grupos se encontram em situação de maior vulnerabilidade.